Oh…orvalhada

Oh… inspiração de muitos poetas!
O tempo não te monta, minha musa.
Porque brilhas, se és reflexo
de meretriz deste Universo?
Sonoro encanto de harmoniosa cadência,
mulher, amor, ser complexo!
Louca imagem, à qual faço reverência.

Foram os amores de ontem, que te acabaram assim,
adorno doce, aos meus olhos sonhadores.
Continua enamorada,
maga, fada encantada,
parindo fantasia nestes sopros obcecados.
Como mulher felina mal amada,
és luxúria, neste mate de arrenegados.

Oh… orvalhada do meu encanto, deleite e pranto.
Pão doce, proibido na dieta,
fonte de refluxo expedito.
Mar bravio de ondas em grito,
que fustigas estas areias geladas.
E assim aquecendo este sangue me agito,
sonhando com dias e noites mais agitadas.