O livro

Abri aquele livro descorado pela idade,
em que te encerrei, quimera de desalento
e nessa pequenez fiz o meu destino lento,
Fiz-me cativo de loucuras de intimidade.

Soprei da capa, tanta nostalgia,
soprei cada promessa, que voou com o bafejo,
havia lá tantos sonhos lavrados na euforia,
com perfume dos carinhos...e tanto beijo.

Fiquei-me a ver cada página, de olhar humedecido
e lia nelas, de olhos cerrados, tudo o que me prometeste,
quando dei por mim, pensava no que não foi cumprido.

Hoje, não sou mais o jovem puro que conheceste,
nem o meu corpo ainda goza daquela exaltação.
Preciso queimar este livro, é de capa de solidão.