Morrer tentando

Estou tentando te omitir,
do meu pensamento e da vida,
é triste viver te vendo sorrir,
sem colher desse brilho, querida.

Não sei se vou conseguir a bem,
é- me difícil suportar esta ausência,
se em cada virgula ou reticência,
vou lembrar-me sempre de alguém.

Esta saudade dói, deixa-me amargo,
no meu peito teima a chama que não apago,
por te querer esquecer não esqueço.
Não me telefones mais, te peço.

Se me vier a arrepender, eu ligo.
Perdoa-me, eu só ver o meu umbigo,
Mas se não for assim, eu faço asneira,
desculpa-me, ando sem eira nem beira.

Este fogo que permito, me adoce,
vai de mal a pior sem me saber amado,
perco-me em desejos loucos de posse,
em que os teus sonhos são meu fado.

Entristeço a cada pensamento de ti,
Se um dia mudares de ideias sabes bem,
este amigo vai te esperar até ao além.
Quero-te lembrar como eu te vi.

Toma este beijo feito de amargura.
Por teimar em ver a vida tão escura,
quero viver eternamente te lembrando,
ou morrer tentando.