Ah...minha menina

Ah... Minha menina de voz aflita
o meu coração se dilui ao ouvir-te.
Eu " Amo-te" e quero dizer-te,
um amor assim o tempo não agita.

Antes firma o que tem de mais inato.
Este amor nasceu de palavras agradecidas,
feridas e doridas como as nossas vidas
e dum sonho em que eu me acato.

Assim como eu sou teu, tu és minha.
Sinto que estamos nas mãos da idade
e se a cada nascer do sol muda a verdade,
não muda o que sinto, nem se me avinha.

A certeza que um dia estaremos juntos,
eu a sinto no respirar do meu coração.
Nem anjo, nem demónio, ou condão,
tem coragem suficiente de nos pôr untos.

Os dias passam, as noites se vão.
Embora saiba que nesta vida tudo passa,
apenas acredito numa fuga á desgraça
e neste amor que me cala o coração.

O amor nos está deixando embriagados.
Ah... minha menina, como eu te amo.
Acredito que nem a calunia ou desengano,
muda a fase dos nossos pecados.

Vou ficar aqui morrendo de desalento,
até que brilhe em mim uma luz
e entretanto vou rezar e num sinal da cruz,
pedir a Deus que a vida seja a meu contento.

Não vou baixar os braços por fantasia,
pois assim morreria qual onda na praia,
vou antes sonhar com a chama que de ti saia,
até que nos surja alguma ideia luzidia.